segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A importância do...


CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL

“O Conselho Económico e Social, previsto no artigo 95.º da Constituição, é o órgão de consulta e concertação no domínio das políticas económica e social e participa na elaboração dos planos de desenvolvimento económico e social. (…)” competindo-lhe “pronunciar-se sobre os anteprojetos das grandes opções e dos planos de desenvolvimento económico e social, antes de aprovados pelo Governo, bem como sobre os relatórios da respetiva execução; pronunciar-se sobre
as políticas económica e social, bem como sobre a execução das mesmas; apreciar as posições de Portugal nas instâncias das Comunidades Europeias, no âmbito das políticas económica e social, e pronunciar-se sobre a utilização nacional dos fundos comunitários, estruturais e específicos; pronunciar-se sobre as propostas de planos sectoriais e espaciais de âmbito nacional e em geral sobre as políticas de reestruturação e de desenvolvimento socioeconómico que o Governo entenda submeter-lhe; apreciar regularmente a evolução da situação económica e social do País; apreciar os documentos que traduzam a política de desenvolvimento regional; promover o diálogo e a concertação entre os parceiros sociais; (…)” ([i]).

A 18 p.p., foi publicada no Diário da República, a Lei n.º 81/2017 da Assembleia da República ([ii]) que alarga a composição do Conselho Económico e Social, sendo de realçar: “três representantes do setor social, sendo um representante das Instituições Particulares de Solidariedade Social, um representante das Misericórdias e um representante das Mutualidades;”([iii]) e “um representante da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto;” ([iv]).

Como se sabe, a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (na pessoa do seu presidente), é quem lidera o CNAP – Conselho Nacional do Associativismo Popular, por deliberação interna deste, e faz a ligação com a área governamental. Recordo que o CNAP ainda não é pessoa jurídica (por enquanto) e é constituído por nove Organizações representativas de associações, onde se encontra a Federação Nacional de Voluntariado em Saúde.

No âmbito do voluntariado do campo da saúde, que também é economia social (e também no setor protagonizado pela FNVS), muitas Organizações são pessoas coletivas de direito privado na forma de associação, sem finalidade lucrativa. Algumas têm o estatuto de Utilidade Pública e / ou de IPSS.
Em minha modesta opinião, e há outras melhores, a presença da FNVS no CNAP e a representação deste (ainda que indireta, atualmente) no CES, pode ser caminho aceitável para fazer chegar a quem de direito, assuntos que sendo transversais à globalidade do movimento associativo popular, são e também respeitam às Organizações de voluntariado do campo da saúde, nomeadamente ao nosso setor.
A representação das associadas da FNVS e a defesa dos seus interesses, assim como a promoção da sua identidade e do seu quadro de valores; e respetivo voluntariado, passa cada vez mais pelo tipo de fóruns e níveis superiores de representação como o CNAP, o CES e similares, sejam eles de natureza transversal, seja vertical.
Ao constituirmos em 2007 e ao continuarmos a aceitar integrar a FNVS, estamos a caminhar cada vez mais no sentido do alargamento do nosso horizonte enquanto setor, estamos cada vez mais a perceber que não estamos sós, no meu serviço, na minha equipa, no nosso hospital, na nossa comunidade. Cada vez mais, estamos e sentimo-nos ligados a outros e com outros que comungam da mesma cultura que nós, que bebem das mesmas fontes que nós, que respiram o mesmo ar que nós e que inalam o mesmo espírito que nós.

Se é nosso dever estar nas enfermarias, nas consultas externas, nas comunidades ou nos quiosques da saúde… não podemos descurar a importância (sem certezas plenas) de estarmos a outros níveis. Até porque com as alterações governamentais que deram em desvalorização do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado e criaram a Comissão para as Políticas do Voluntariado… os destinos do voluntariado estão cada vez mais nas mãos dos cidadãos e da sociedade civil. E devem estar nas mãos certas. Que estejam também nas nossas. Que direta ou indiretamente… estejam também nas da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde.
Porto, 21 de agosto de 2017, João António Pereira, presidente da Direção da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde
NOTA: Declaro que o conteúdo do presente blogue é da minha inteira responsabilidade e em nenhuma circunstância implica o coletivo a que presido.

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