FAZ BEM À SAÚDE ?
“Em geral, ajudar os outros é a maior motivação para quem
realiza trabalho voluntário. O que poucos sabem é que a prática também melhora
a vida de quem se dedica a fazer o bem. Palavra de cientista!
Recentes estudos mostram que pessoas envolvidas em
atividades não remuneradas em prol da comunidade são mais saudáveis, realizam
mais exames preventivos e passam menos tempo em hospitais que o resto das
pessoas. Algumas até emagrecem! (…)
Quando doentes, há voluntários ficam menos no hospital. Uma
pesquisa da Universidade de Harvard publicada no fim do ano passado e feita com
cerca de sete mil pessoas com mais de 50 anos nos EUA, mostra que os voluntários
são mais preocupados com a própria saúde e, portanto, fazem mais exames
preventivos. As voluntárias, por exemplo, são 53% mais propensas a fazer
mamografia do que não-voluntárias. Além disso, quando adoecem, os voluntários
em geral passam 38% menos tempo em hospitais que o resto da população.
Os cientistas de Harvard não sabem precisar a causa
desses números, mas levantam hipóteses interessantes: o voluntariado diminui o
stress, o que melhora as condições de vida de quem o faz; ao se expor a
diferentes pessoas, com diferentes problemas, cresce a consciência da
necessidade de se cuidar; surge um objetivo de vida maior, o que aumenta a
sensação de bem-estar.
“Mais interações sociais podem incrementar a possibilidade
de alguém receber conselhos de saúde ou mesmo adotar um objetivo de vida mais
saudável”, escrevem Eric Kim e Sara Konrath.
Doar tempo ajuda a perder peso. Parece mentira, mas é
verdade. Outro estudo realizado por pesquisadores das Universidades de
British Columbia, Northwestern e da Escola de Medicina Monte Sinai com
adolescentes canadenses em 2013, aponta que os jovens que dedicaram ao menos
1,5 hora por semana a ajudar pessoas eram mais magros que os demais. Além
disso, encontraram taxas de colesterol e pressão menores, entre outros
indicadores de boa saúde.
“Estas descobertas são significativos pois apontam que
jovens engajados no voluntariado não apenas ajudam os outros, mas beneficiam a
si próprios, sugerindo uma nova maneira de melhorar a saúde ao mesmo tempo em
que fazem contribuições positivas para a sociedade”, escrevem Hannah
Schreier, Kimberly Reichl e Edit Chen.
Viva mais. Os dois recentes estudos confirmam dados
anteriores. Por exemplo: uma pesquisa de 2013, feita por pesquisadores da
Universidade do Arizona (EUA), mostra que voluntários vivem até 24% mais que a
população em geral. Outra, da Rutgers University (EUA) vai na mesma direção: a
taxa de mortalidade de quem realiza algum tipo de serviço social era 27% menor
do que a do resto da população.
Todos os pesquisadores afirmam que apenas ser voluntário
não basta para melhorar a saúde. Para eles, no entanto, a prática ajuda - e
muito - a melhorar a autoestima, a adquirir (ou aumentar) consciência social e
a fortalecer laços sociais. E esses fatores, somados, ajudam a melhorar os
indicadores individuais.
Para os estudiosos, da mesma forma que aconselham
pacientes a não fumar para prolongar sua vida, os médicos deveriam prescrever
atividades voluntárias. Além disso, sugerem que governos e planos de saúde
estimulem o voluntariado, pois isto ajudaria a diminuir os custos e a lentidão
do atendimento do sistema.
“Se programas de fortalecimento de voluntariado forem
bem projetados, podem ao mesmo tempo fortalecer a sociedade, a saúde e
qualidade de vida de um grande segmento de pessoas”, concluem Eric Kim e
Sara Konrath, de Harvard.”
Porto, 5 de setembro de 2017, João António Pereira,
presidente da Direção da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde. O
conteúdo deste blogue foi integralmente transcrito da fonte citada. Em nada
obriga os membros do órgão referido.
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