terça-feira, 5 de setembro de 2017

O Voluntariado...

FAZ BEM À SAÚDE ?
“Em geral, ajudar os outros é a maior motivação para quem realiza trabalho voluntário. O que poucos sabem é que a prática também melhora a vida de quem se dedica a fazer o bem. Palavra de cientista!
Recentes estudos mostram que pessoas envolvidas em atividades não remuneradas em prol da comunidade são mais saudáveis, realizam mais exames preventivos e passam menos tempo em hospitais que o resto das pessoas. Algumas até emagrecem! (…)

Quando doentes, há voluntários ficam menos no hospital. Uma pesquisa da Universidade de Harvard publicada no fim do ano passado e feita com cerca de sete mil pessoas com mais de 50 anos nos EUA, mostra que os voluntários são mais preocupados com a própria saúde e, portanto, fazem mais exames preventivos. As voluntárias, por exemplo, são 53% mais propensas a fazer mamografia do que não-voluntárias. Além disso, quando adoecem, os voluntários em geral passam 38% menos tempo em hospitais que o resto da população.

Os cientistas de Harvard não sabem precisar a causa desses números, mas levantam hipóteses interessantes: o voluntariado diminui o stress, o que melhora as condições de vida de quem o faz; ao se expor a diferentes pessoas, com diferentes problemas, cresce a consciência da necessidade de se cuidar; surge um objetivo de vida maior, o que aumenta a sensação de bem-estar.

Mais interações sociais podem incrementar a possibilidade de alguém receber conselhos de saúde ou mesmo adotar um objetivo de vida mais saudável”, escrevem Eric Kim e Sara Konrath.

Doar tempo ajuda a perder peso. Parece mentira, mas é verdade. Outro estudo realizado por pesquisadores das Universidades de British Columbia, Northwestern e da Escola de Medicina Monte Sinai com adolescentes canadenses em 2013, aponta que os jovens que dedicaram ao menos 1,5 hora por semana a ajudar pessoas eram mais magros que os demais. Além disso, encontraram taxas de colesterol e pressão menores, entre outros indicadores de boa saúde. 

Estas descobertas são significativos pois apontam que jovens engajados no voluntariado não apenas ajudam os outros, mas beneficiam a si próprios, sugerindo uma nova maneira de melhorar a saúde ao mesmo tempo em que fazem contribuições positivas para a sociedade”, escrevem Hannah Schreier, Kimberly Reichl e Edit Chen.

Viva mais. Os dois recentes estudos confirmam dados anteriores. Por exemplo: uma pesquisa de 2013, feita por pesquisadores da Universidade do Arizona (EUA), mostra que voluntários vivem até 24% mais que a população em geral. Outra, da Rutgers University (EUA) vai na mesma direção: a taxa de mortalidade de quem realiza algum tipo de serviço social era 27% menor do que a do resto da população.

Todos os pesquisadores afirmam que apenas ser voluntário não basta para melhorar a saúde. Para eles, no entanto, a prática ajuda - e muito - a melhorar a autoestima, a adquirir (ou aumentar) consciência social e a fortalecer laços sociais. E esses fatores, somados, ajudam a melhorar os indicadores individuais. 

Para os estudiosos, da mesma forma que aconselham pacientes a não fumar para prolongar sua vida, os médicos deveriam prescrever atividades voluntárias. Além disso, sugerem que governos e planos de saúde estimulem o voluntariado, pois isto ajudaria a diminuir os custos e a lentidão do atendimento do sistema.

Se programas de fortalecimento de voluntariado forem bem projetados, podem ao mesmo tempo fortalecer a sociedade, a saúde e qualidade de vida de um grande segmento de pessoas”, concluem Eric Kim e Sara Konrath, de Harvard.”


Porto, 5 de setembro de 2017, João António Pereira, presidente da Direção da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde. O conteúdo deste blogue foi integralmente transcrito da fonte citada. Em nada obriga os membros do órgão referido.

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