“A não-violência:
estilo de uma
política para a Paz”
O
Dia Mundial da Paz é celebrado todos os anos no primeiro dia de janeiro a pedido do Papa
Paulo VI. Nesta sexta-feira, 26, foi publicado o tema da Mensagem do Papa
para o próximo que será o 50° Dia Mundial da Paz, e que se celebrará a 1 de janeiro de 2017.
“A
não-violência: estilo de uma política para a Paz”: eis o tema escolhido por
Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz, o quarto do seu Pontificado.
A
violência e a paz estão à origem de dois modos opostos de construir a
sociedade. A difusão dos focos de violência gera experiências sociais
gravíssimas e negativas. O Papa resume esta situação na expressão “Terceira
guerra mundial em capítulos”.
Ao
invés, a paz tem consequências sociais positivas e permite um verdadeiro
progresso. Devemos, portanto, agir nos espaços possíveis, negociando caminhos
de paz, até mesmo onde tais caminhos parecem tortuosos ou impraticáveis.
Caminho
de esperança
Deste
modo, a “não violência” pode assumir um significado mais amplo e novo: não
apenas aspiração, inspiração, rejeição moral da violência, das barreiras, dos
impulsos destruidores, mas também método político realista, aberto à esperança.
Trata-se
de um método político fundado na primazia do direito. Se o direito e a igual
dignidade de cada ser humano são salvaguardados sem discriminações e distinções.
De consequência, a “não violência”, entendida como método político, pode
constituir um meio realista para superar os conflitos armados. Nesta perspetiva,
é importante reconhecer, sempre mais, não o direito da força, mas a força do
direito.
Com
esta Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Santo Padre deseja indicar um passo
ulterior, um caminho de esperança apropriado às circunstâncias históricas
presentes: chegar à solução das controvérsias através das negociações, evitando
que elas se degenerem em conflito armado.
Atrás
desta perspetiva, há também o respeito pela cultura e a identidade dos povos,
portanto, a superação da ideia, segundo a qual, uma parte seja moralmente
superior à outra. Mas, ao mesmo tempo, isto não significa que uma nação possa
ser indiferente diante das tragédias de outras. Pelo contrário, significa
reconhecer a primazia da diplomacia diante dos estrondos das armas.
O
tráfico mundial das armas é tão vasto a ponto de ser subestimado. O tráfico
ilegal das armas sustenta muitos conflitos no mundo. A “não violência” como
estilo político, pode e deve fazer muito mais para superar este flagelo.
Nota do transcritor: se a não violência é um estilo de política para a Paz... e se a política, para além de ser a "arte da organização das nações", também é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos que têm a ver com a sociedade e com a comunidade, então o tema tem também a ver connosco, voluntários do campo da saúde; e a postura e a prática da não violência, passa sem dúvida e outrossim, pela nossa ação pessoal e quotidiana de promoção e desenvolvimento de ações concretas com vista à transformação das condições sociais que geram sofrimento e violência, seja ela de que nível ou grau for. Também nós, somos agentes da paz, e também do amor, se se quiser.
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