FALTAM VOLUNTÁRIOS
EM VIEIRA DO MINHO
Os Bombeiros de
Vieira do Minho contam com 22 assalariados, a única forma encontrada para fazer
face à escassez de voluntariado, revelou ontem o presidente da direção.
Albino Carneiro sublinhou que aquela situação resulta, muitas vezes, num
esforço “sobre-humano” para os assalariados, que acabam por cumprir “muito mais
horas do que aquilo que seria desejável”. “Temos de rever, com urgência, os
horários dos trabalhadores assalariados”, afirmou.
Aquela
corporação conta com 64 elementos, incluindo os 22 assalariados. Restam, assim, 42 voluntários, mas muitos destes são emigrantes ou estudam
fora, pelo que só prestam serviços ou nas férias ou aos fins-de-semana. “Numa
boa parte dos dias do ano, apenas podemos contar com uma dúzia de voluntários,
se tanto”, disse Albino Carneiro.
Os bombeiros
vieirenses inauguraram, amanhã, o novo quartel, e que marcará o ponto alto das
comemorações do 76.º aniversário da corporação. A obra custou um milhão de
euros, a que há a juntar ainda o investimento de cerca de 250 mil euros em
mobiliário e comunicações.
Para a inauguração, a corporação tinha convidado o ex-ministro da Administração
Interna, Miguel Macedo, mas este acabou por declinar o convite.
Convidada foi
também a atual ministra da tutela, mas Constança Urbano de Sousa também não
estará presente.
Os Bombeiros de Vieira do Minho já estão no novo quartel desde 19 de Dezembro, após terem vivido durante 20 anos num edifício que, segundo Albino Carneiro, “tinha tudo de mau”.
“Era um gelo no inverno e um forno no verão, tinha fortes problemas de humidade, a instalação elétrica também deixava muito a desejar, o exterior denota sinais evidentes de degradação, as camaratas femininas foram improvisadas debaixo de umas escadas. Foi mal projetado e o que nasce torto jamais se endireita”, referiu.
Nota do administrador do Blogue: em alguns
fóruns é hábito ouvir dizer-se que a prática do voluntariado em Portugal tem baixos
níveis de participação dos cidadãos, relativamente aos países do norte da Europa.
Quase diariamente, somos confrontados com inúmeras situações de contributo
voluntário em muitas ações de solidariedade para com pessoas individuais, para
com instituições; e agora também a favor de pessoas refugiadas que estão a ser encaminhadas
para o nosso país. Afinal, no mundo do voluntariado, especialmente naquele que
tem a ver com a saúde e o bem-estar dos cidadãos, parece que não se pode pintar
o setor de cor de rosa. A realidade parece ser cada vez mais crua quando se põe
a nu. Pois é. É isso mesmo. O setor da saúde e do bem-estar dos cidadãos, está
cada vez mais limitado em termos de colaboradores não remunerados – os voluntários.
Não podemos “tapar o Sol com a peneira”. Aqueles e a ação que desenvolvem, não
pode, na sua totalidade, ser substituída por colaboradores remunerados. As
relações de empatia verdadeira, de autêntica compaixão, que promovem ambientes
afetivos positivos e promotores de bem-estar, são algumas das características
próprias e insubstituíveis dos voluntários do campo da saúde e similares, para
os quais só existem verdadeiras condições do seu exercício, se isso acontecer em
espírito e postura de solicitude, de disponibilidade, de gratuidade; e
sobretudo de se ser capaz de estar com sem esperar seja o que for em troca.
Simplesmente estar, porque se ama. Tem algo a dizer? Então faça o seu
comentário pf.
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