sábado, 6 de fevereiro de 2016

Mensagem do Papa Francisco

Dia Mundial do Doente

O Dia Mundial do Doente é celebrado anualmente a 11 de fevereiro. Foi instituído João Paulo II em 1992. Na carta de instituição, o Papa lembrou que a data representa “um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”. A efeméride acontece também em memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes (França), que também é celebrada todos os anos pela Igreja Católica.

Se por um lado, o Dia Mundial do Doente foi proclamado no âmbito da Igreja Católica Apostólica Romana, por outro, é sobejamente evidenciada a sua celebração ao nível de outras realidades sociológicas e do espaço não religioso. No mínimo, com o intuito de apelar à humanidade para que seja promovido um serviço de maior atenção à pessoa doente.

Todos os anos e por esta altura, o chefe da Igreja Católica emite uma mensagem ([i]) a propósito. Desta vez com uma relação muito estreita com o “Jubileu Extraordinário da Misericórdia”, Francisco começa por manifestar que a “Jornada Mundial do Doente” lhe dá (…) “ocasião para me sentir particularmente próximo de vós, queridas pessoas doentes, e de quantos cuidam de vós.”, para continuar a sua mensagem sempre numa proximidade muito forte com o episódio bíblico das Bodas de Caná, realçando a postura solícita e cheia de ternura de Maria, mãe de Jesus, qual reflexo de Ternura mais Alta, nunca desligada da humanidade, mas empenhada e pró-ativa.

E o Papa continua referindo que aquela “mesma ternura (…)” está continuamente “presente na vida de tantas pessoas que acompanham os doentes e sabem” (…) personalizar e humanizar “as suas necessidades, mesmo as mais subtis, porque as veem com um olhar cheio de amor.”, realçando o aspeto do serviço e a importância da colaboração humana no cuidado às pessoas, esse contributo precioso e agradável a todos, podendo sê-lo mais ainda se encarado em dimensão mais alargada ou transcendental.

Relativamente a todos os que servem, Francisco apela à vontade e ao querer, no sentido de eles mesmos se apresentarem imbuídos da “mesma disponibilidade ao serviço dos necessitados e, concretamente, dos nossos irmãos e irmãs doentes.”, como esteve Maria e os serventes no episódio das Bodas de Caná; serviço esse que segundo o Papa, pode por vezes, ser cansativo ou pesado.

No entanto, a certeza da mais valia no sentido da promoção do bem-estar e da saúde, quer em Hospitais, quer em Centros de Saúde, quer na comunidade quer nos domicílios, faz com que o mar imenso de cuidadores informais – os voluntários, acreditem que apesar do seu contributo poder ser tido como “uma gota no oceano”, esse esforço humano não deixará de se transformar em algo com muito mais valor. Valor que dá vida, e quiçá, vida em abundância.

Depois de vaticinar que “cada hospital ou casa de cura possa ser sinal visível e lugar para promover a cultura do encontro e da paz, onde a experiência da doença e da tribulação, bem como a ajuda profissional e fraterna contribuem para superar qualquer barreira e divisão.”, Francisco, termina a sua mensagem, desejando “a todos aqueles que estão ao serviço dos doentes e atribulados, (…)” que vivam animados e impregnados em espírito de doçura e de misericórdia, no sentido da descoberta, a partir dos gestos, da alegria maior que pode estar para além dos impactos positivos do serviço fazedor de relações e de promoção do bem-estar e da saúde, mesmo da felicidade.

A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde - FNVS, também ela, acredita que a atividade generosa e gratuita que os voluntários (mais de onze mil) das suas mais de cinquenta Organizações associadas, realizam em muitas Unidades de Saúde públicas e privadas do nosso país e na comunidade, está profundamente marcada por posturas como a solicitude, a ternura, a misericórdia e o amor ao próximo, independentemente de este ser irmão ou cidadão, mas sempre próximo.

A Direção da FNVS deseja que a ação dos voluntários enquadrados pelas Organizações suas associadas (e dos outros também)  seja sem dúvida um caminho importante, não só de participação em cidadania, mas, e mais ainda, de contributo inquestionável na educação e na promoção da saúde, no sentido de esta ser um bem que possa ser experienciado por cada vez mais cidadãos.

Porto, 6 de fevereiro de 2016 / O presidente da Direção da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde


[i] https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/sick/documents/papa-francesco_20150915_giornata-malato.html

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