Dia Mundial do Doente
O Dia Mundial do Doente é celebrado anualmente a 11 de fevereiro.
Foi instituído João Paulo II em 1992. Na carta de
instituição, o Papa lembrou que a data representa “um momento forte de oração, de partilha, de
oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para
reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo,
morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”. A efeméride
acontece também em memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes (França), que também é
celebrada todos os anos pela Igreja Católica.
Se por um lado, o Dia Mundial do Doente foi proclamado no
âmbito da Igreja Católica Apostólica Romana, por outro, é sobejamente evidenciada
a sua celebração ao nível de outras realidades sociológicas e do espaço não
religioso. No mínimo, com o intuito de apelar à humanidade para que seja
promovido um serviço de maior atenção à pessoa doente.
Todos os anos e por esta altura, o chefe da Igreja Católica
emite uma mensagem ([i]) a
propósito. Desta vez com uma relação muito estreita com o “Jubileu Extraordinário da Misericórdia”, Francisco começa por
manifestar que a “Jornada Mundial do
Doente” lhe dá (…) “ocasião para me
sentir particularmente próximo de vós, queridas pessoas doentes, e de quantos
cuidam de vós.”, para continuar a sua mensagem sempre numa proximidade
muito forte com o episódio bíblico das Bodas de Caná, realçando a postura
solícita e cheia de ternura de Maria, mãe de Jesus, qual reflexo de Ternura
mais Alta, nunca desligada da humanidade, mas empenhada e pró-ativa.
E o Papa continua referindo que aquela “mesma ternura (…)” está continuamente “presente na vida de tantas pessoas que acompanham os doentes e sabem”
(…) personalizar e humanizar “as suas
necessidades, mesmo as mais subtis, porque as veem com um olhar cheio de amor.”,
realçando o aspeto do serviço e a importância da colaboração humana no
cuidado às pessoas, esse contributo precioso e agradável a todos, podendo sê-lo
mais ainda se encarado em dimensão mais alargada ou transcendental.
Relativamente a todos os que servem, Francisco apela à vontade
e ao querer, no sentido de eles mesmos se apresentarem imbuídos da “mesma disponibilidade ao serviço dos
necessitados e, concretamente, dos nossos irmãos e irmãs doentes.”, como esteve
Maria e os serventes no episódio das Bodas de Caná; serviço esse que segundo o Papa,
pode por vezes, ser cansativo ou pesado.
No entanto, a certeza da mais valia no sentido da promoção do
bem-estar e da saúde, quer em Hospitais, quer em Centros de Saúde, quer na
comunidade quer nos domicílios, faz com que o mar imenso de cuidadores
informais – os voluntários, acreditem que apesar do seu contributo poder ser tido
como “uma gota no oceano”, esse esforço humano não deixará de se transformar em
algo com muito mais valor. Valor que dá vida, e quiçá, vida em abundância.
Depois de vaticinar que “cada
hospital ou casa de cura possa ser sinal visível e lugar para promover a
cultura do encontro e da paz, onde a experiência da doença e da tribulação, bem
como a ajuda profissional e fraterna contribuem para superar qualquer barreira
e divisão.”, Francisco, termina a sua mensagem, desejando “a todos aqueles que estão ao serviço dos
doentes e atribulados, (…)” que vivam animados e impregnados em espírito de
doçura e de misericórdia, no sentido da descoberta, a partir dos gestos, da
alegria maior que pode estar para além dos impactos positivos do serviço fazedor
de relações e de promoção do bem-estar e da saúde, mesmo da felicidade.
A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde - FNVS, também
ela, acredita que a atividade generosa e gratuita que os voluntários (mais de
onze mil) das suas mais de cinquenta Organizações associadas, realizam em
muitas Unidades de Saúde públicas e privadas do nosso país e na comunidade,
está profundamente marcada por posturas como a solicitude, a ternura, a misericórdia
e o amor ao próximo, independentemente de este ser irmão ou cidadão, mas sempre
próximo.
A Direção da FNVS deseja que a ação dos
voluntários enquadrados pelas Organizações suas associadas (e dos outros
também) seja sem dúvida um caminho importante, não só de participação em cidadania,
mas, e mais ainda, de contributo inquestionável na educação e na promoção da
saúde, no sentido de esta ser um bem que possa ser experienciado por cada vez mais cidadãos.
Porto, 6 de fevereiro de 2016 / O presidente da Direção da
Federação Nacional de Voluntariado em Saúde
[i] https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/sick/documents/papa-francesco_20150915_giornata-malato.html
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