O presidente do Centro Paroquial de S. Martinho das Moitas, rodeado de colaboradores da Instituição |
O Centro Paroquial de S. Martinho das
Moitas, em S. Pedro do Sul, foi condenado a pagar uma multa de 2.500 euros por
ter prestado apoio social a mais pessoas necessitadas do que estava previsto no
acordo estabelecido com a Segurança Social.
Segundo apurou a rádio VFM, de Viseu, a contra-ordenação resultou de uma inspecção realizada à IPSS no início do mês de dezembro, após uma denúncia.
Na sequência da inspecção, foi aplicada
pela Segurança Social uma multa de 6.300 euros por “apoio domiciliário a mais
seis pessoas do que estava autorizado” e por “não constarem nos contratos com
os utentes os seus direitos”. O Centro Paroquial recorreu ao Tribunal de
Trabalho de Viseu, que reduziu a coima para 2.500 euros.
Ouvido pela VFM, o padre Ricardo Correia, presidente da IPSS, diz que “não é contra as inspecções que são feitas”, mas considerou desproporcionado o valor da multa.
O sacerdote não sabia que a IPSS “não
podia ajudar mais pessoas do que o que estava acordado com Estado”, e que
“apenas se limitou a apoiar cidadãos pobres e que vivem isolados”.
“O acordo que tínhamos era para apoiar 30
utentes, e julgávamos nós que podíamos ajudar mais 6, porque a Segurança
Social não nos paga mais por isso“, explica o sacerdote, “estes 6 utentes
era a nossa instituição que suportava os gastos”.
“Estamos a falar de pessoas que não têm
ninguém, que não sabem ler, não sabem escrever. Nós somos as únicas pessoas com
que eles contactam diariamente”, diz.
O presidente refuta a acusação de que não
constam dos seus contratos com os direitos dos utentes.
“Quando a instituição celebra um acordo com
os utentes entrega-lhes o seu regulamento, onde constam esses direitos”,
garante o padre Ricardo Correia.
“Achei uma tremenda injustiça, mas a mim
cabe-me estar consoante a lei portuguesa”, lamenta o sacerdote.
“Sentimo-nos mal por vermos que somos
multados por alimentarmos os nossos pobres“, conclui.
ZAP http://zap.aeiou.pt/ipss-multada-por-dar-comida-mais-pobres-que-devia-100714
Nota do administrador do Blogue: independentemente da opinião que cada pessoa ou instituição tenha sobre o assunto, a situação deve colocar-nos todos de atalaia: presidentes ou provedores, técnicos e outros colaboradores, mesmo os mais bondosos ou com boa vontade de sobra. Apesar do bem que se faz, parece que nem sempre é "fazer bem sem olhar a quem", mas, e sobretudo "olhar a quem se faz bem" porque pode haver lugar ao algo, chamemos-lhe, ou traiçoeiro ou que não era expectável que "apanha todos de costas" e não há como "sair da encrenca em que se está metido." E quando realizamos Acordos do o Estado, mais apertado ainda deve ser o nosso olhar para o bem que fazemos. Parece até para se realizar as Obras de Misericórdia (por exemplo: dar de comer a quem tem fome). Mesmo ao nível do voluntariado, existem muitas situações que nos devem, também aí, colocar em alerta máximo. Costuma dizer-se que quando as coisas correm bem, tudo está bem, mas quando as coisas correm mal "correm mal para todos". Quer comentar? Esteja à vontade.
Eu nem quero acreditar no que acabo de ler !!!! Mas que país é este, meu Deus?????
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