quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dia Internacional da Caridade

ASSINALADO ESTE ANO PELA PRIMEIRA VEZ
A 5 DE SETEMBRO
Promover o diálogo, a solidariedade, o entendimento mútuo e os valores das Nações Unidas esteve na base da decisão dos Estados membros quando decidiram proclamar o dia 5 de setembro como o Dia Internacional da Caridade.
Proclamado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 2012, através da Resolução 67/105, o Dia Internacional da Caridade tem hoje a sua primeira comemoração, no dia em que também se assinala a morte de Madre Teresa de Calcutá, “cuja vida e boas obras, por alguns dos mais pobres e dos vulneráveis, impulsionaram a emulação no mundo inteiro”, como descrito pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, na sua mensagem oficial. O objectivo é reconhecer o papel da caridade no alívio às crises humanitárias e ao sofrimento humano em todo o mundo, assim como homenagear o trabalho meritório e excecional de inúmeras organizações e indivíduos.
Numa conjectura internacional em que a pobreza é uma tendência global – tanto de países desenvolvidos, como em desenvolvimento –, e em que acelerar os esforços para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio até 2015 se tornou um imperativo, a caridade assume-se como uma expressão de “solidariedade global” fundamental para “construir um futuro pacífico para todos”. É nesta perspectiva que o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, coloca a tónica na caridade que, no seu entender, “pode e dever crescer”, sobretudo quando a comunidade internacional se prepara para “definir uma agenda audaz para o período pós-2015”.
Neste sentido, Ban Ki-moon apela a todos os Estados-membros, organizações regionais e internacionais e aos vários atores da sociedade civil a que encorajem a caridade, nomeadamente através da educação e de actividades que contribuam para a sensibilização da sociedade.
UNRIC | 5 de Setembro
http://www.unric.org/pt/actualidade/31234-dia-internacional-da-caridade-e-assinalado-hoje-pela-primeira-vez

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

ANO EUROPEU DO DESENVOLVIMENTO

O ANO DE TODOS NÓS

DoIs mil e quinze é um ano especial para o desenvolvimento. É o primeiro Ano Europeu consagrado à ação externa da União Europeia e ao papel da Europa no mundo. Para as organizações de desenvolvimento de toda a Europa é uma oportunidade única para mostrar o empenho da Europa na erradicação da pobreza à escala mundial e motivar mais europeus a implicar-se e a participar no desenvolvimento. Além disso, em 2015 está igualmente previsto alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio acordados em 2000, e a comunidade internacional deverá decidir qual o futuro quadro mundial para a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável.

O Eurobarómetro de 2013 mostra-nos dados surpreendentes sobre a forma como os cidadãos europeus veem o desenvolvimento: mais de 80 % consideram que a ajuda ao desenvolvimento é importante e 60 % pensam que temos de reforçar essa ajuda; dois terços acreditam que a luta contra a pobreza nos países em desenvolvimento deve ser uma das principais prioridades da União Europeia; 50 % declaram, contudo, não saber para onde vai a ajuda da União Europeia.

Em 2015, faremos o que estiver ao nosso alcance para explicar aos cidadãos europeus como funciona a ajuda ao desenvolvimento e para demonstrar que produz efeitos concretos e duradouros. Vamos mostrar aos contribuintes que o seu dinheiro está a ser utilizado da melhor forma possível para ajudar as pessoas em todo o mundo que, sem terem culpa nenhuma, se encontram numa situação de pobreza, dando-lhes meios de subsistência para si, as suas famílias e comunidades.


Durante todo o ano, apresentaremos pessoas que trabalham no terreno nos nossos países parceiros. Num mundo em rápida mutação, a fronteira que separa o mundo desenvolvido do mundo em desenvolvimento é cada vez mais ténue. Há antigos países em desenvolvimento que se tornaram doadores emergentes, enquanto outros continuam submersos na pobreza. Entretanto, surgem novas fontes de financiamento e novos parceiros de desenvolvimento. A relação tradicional entre doador e beneficiário deu lugar à cooperação, responsabilidade e interesse mútuos. Ajudar os países em desenvolvimento em todo o mundo a construir sociedades pacíficas e prósperas não é só uma questão de justiça. Trata-se também de contribuir para um mundo mais seguro e que proporcione à Europa mais oportunidades económicas e comerciais.


In.: - https://europa.eu/eyd2015/pt-pt/content/about-2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Serviço Nacional de Saúde

Mudar de rumo pela saúde dos portugueses

É urgente alinhar a política de saúde com as necessidades das pessoas.
Em matéria de saúde, os últimos 4 anos transformaram-se num dos maiores equívocos políticos da atual governação.
O desacerto das escolhas políticas conduziu o setor para uma situação de desequilíbrio que deixa marcas profundas no desempenho do sistema e na qualidade das respostas.
As escolhas erradas nos cortes feitos pelo dobro, face ao exigido, no programa de assistência externa, forçaram uma compressão da despesa pública em saúde, de 6,9% para 6,0% do PIB, não acautelando os impactos sobre o funcionamento do SNS.
Ao mesmo tempo, a desistência de uma ação reformista anulou qualquer alteração estrutural do sistema, conduzindo a uma situação de bloqueio cuja consequência mais visível é a desestruturação do SNS.
A incompreensão das implicações da crise económica na saúde, traduzida no desinvestimento na gestão da doença crónica ignoraram, por exemplo, a circunstância de Portugal ser hoje o segundo país da Europa com a maior percentagem de pessoas diabéticas (13,09%).
Na verdade, parece cada vez mais difícil esconder a realidade: a promessa falhada de médico de família para todos os portugueses, a desnatação dos hospitais públicos com a saída dos profissionais mais qualificados para o setor privado e para o estrangeiro, a rotura dos hospitais resultante da imprudente gestão das camas hospitalares, a falta de camas de cuidados continuados e a desacertada gestão dos recursos humanos são apenas alguns dos exemplos de uma ação política confusa e desligada de uma ideia de futuro.
A sustentabilidade do SNS, argumento central desta política, parece também ter ficado pelo caminho perdida no recrudescimento da dívida, no aumento dos prazos de pagamento, no subfinanciamento dos hospitais e no incumprimento da lei dos compromissos. O efeito resultante da diminuição dos encargos com os medicamentos, dos cortes salariais, da barragem à entrada da inovação terapêutica resultou ineficaz na prometida sustentabilidade.
No final destes 4 anos, fica como marca histórica deste ciclo político, a maior transferência de custos para os cidadãos, nas últimas décadas, e o maior desequilíbrio na relação financeira entre Estado e famílias, com um nível de pagamentos diretos que se aproxima dos 30% e que compara com uma média de 19% na OCDE. 
O reconhecimento tardio dos erros praticados está bem expresso na apressada necessidade, em tempo de eleições, de lançar um programa extra de 22 milhões de euros para recuperar as listas de espera que entretanto foram criadas, ao longo dos últimos 4 anos.
No final deste ciclo político, Portugal regista uma transferência de custos para as famílias sem precedentes, ao mesmo tempo que assiste ao maior crescimento do setor privado em contraste com o claro recuo do SNS.
Estas foram escolhas políticas cuja consequência mais grave se revela no avolumar das desigualdades entre cidadãos, no acesso aos cuidados de saúde.
É preciso mudar de rumo. É urgente alinhar a política de saúde com as necessidades das pessoas. Talvez seja por isso que, em matéria de saúde, se sente pelo país uma grande vontade de mudança.
Por Adalberto Campos Fernandes 16/09/2015 - 05:45
Médico Especialista em Saúde Pública e ex-presidente do Hospital de Cascais

http://www.publico.pt/politica/noticia/mudar-de-rumo-pela-saude-dos-portugueses-1707860?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Nota: este é um artigo de opinião e não vincula a Federação Nacional de Voluntariado em Saúde

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Dia Mundial do Doente - 2016

Mensagem do Santo Padre
para a 24.ª Jornada Mundial do Doente
que se celebra a 11 de fevereiro de 2016
em Nazaré, na Terra Santa

«Confiar em Jesus misericordioso, como Maria:
“Fazei o que Ele vos disser”(Jo 2, 5)»

Amados irmãos e irmãs!
A XXIV Jornada Mundial do Doente dá-me ocasião para me sentir particularmente próximo de vós, queridas pessoas doentes, e de quantos cuidam de vós.
Dado que a referida Jornada vai ser celebrada de maneira solene na Terra Santa, proponho que, neste ano, se medite a narração evangélica das bodas de Caná (Jo 2, 1-11), onde Jesus realizou o primeiro milagre a pedido de sua Mãe. O tema escolhido – Confiar em Jesus misericordioso, como Maria: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5) – insere-se muito bem no âmbito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. A celebração eucarística central da Jornada terá lugar a 11 de Fevereiro de 2016, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, e precisamente em Nazaré, onde «o Verbo Se fez homem e veio habitar connosco» (Jo 1, 14). Em Nazaré, Jesus deu início à sua missão salvífica, aplicando a Si mesmo as palavras do profeta Isaías, como nos refere o evangelista Lucas: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor» (4, 18-19).
A doença, sobretudo se grave, põe sempre em crise a existência humana e suscita interrogativos que nos atingem em profundidade. Por vezes, o primeiro momento pode ser de rebelião: Porque havia de acontecer precisamente a mim? Podemos sentir-nos desesperados, pensar que tudo está perdido, que já nada tem sentido...
Nestas situações, a fé em Deus se, por um lado, é posta à prova, por outro, revela toda a sua força positiva; e não porque faça desaparecer a doença, a tribulação ou os interrogativos que daí derivam, mas porque nos dá uma chave para podermos descobrir o sentido mais profundo daquilo que estamos a viver; uma chave que nos ajuda a ver como a doença pode ser o caminho para chegar a uma proximidade mais estreita com Jesus, que caminha ao nosso lado, carregando a Cruz. E esta chave é-nos entregue pela Mãe, Maria, perita deste caminho.
Nas bodas de Caná, Maria é a mulher solícita que se apercebe de um problema muito importante para os esposos: acabou o vinho, símbolo da alegria da festa. Maria dá-Se conta da dificuldade, de certa maneira assume-a e, com discrição, age sem demora. Não fica a olhar e, muito menos, se demora a fazer juízos, mas dirige-Se a Jesus e apresenta-Lhe o problema como é: «Não têm vinho» (Jo 2, 3). E quando Jesus Lhe faz notar que ainda não chegou o momento de revelar-Se (cf. v. 4), Maria diz aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser» (v. 5). Então Jesus realiza o milagre, transformando uma grande quantidade de água em vinho, um vinho que logo se revela o melhor de toda a festa. Que ensinamento podemos tirar, para a Jornada Mundial do Doente, do mistério das bodas de Caná?
O banquete das bodas de Caná é um ícone da Igreja: no centro, está Jesus misericordioso que realiza o sinal; em redor d’Ele, os discípulos, as primícias da nova comunidade; e, perto de Jesus e dos seus discípulos, está Maria, Mãe providente e orante. Maria participa na alegria do povo comum, e contribui para a aumentar; intercede junto de seu Filho a bem dos esposos e de todos os convidados. E Jesus não rejeitou o pedido de sua Mãe. Quanta esperança há neste acontecimento para todos nós! Temos uma Mãe de olhar vigilante e bom, como seu Filho; o coração materno e repleto de misericórdia, como Ele; as mãos que desejam ajudar, como as mãos de Jesus que dividiam o pão para quem tinha fome, que tocavam os doentes e os curavam. Isto enche-nos de confiança, fazendo-nos abrir à graça e à misericórdia de Cristo. A intercessão de Maria faz-nos experimentar a consolação, pela qual o apóstolo Paulo bendiz a Deus: «Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação! Ele nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus. Na verdade, assim como abundam em nós os sofrimentos de Cristo, também, por meio de Cristo, é abundante a nossa consolação» (2 Cor 1, 3-5). Maria é a Mãe «consolada», que consola os seus filhos.
Em Caná, manifestam-se os traços distintivos de Jesus e da sua missão: é Aquele que socorre quem está em dificuldade e passa necessidade. Com efeito, no seu ministério messiânico, curará a muitos de doenças, enfermidades e espíritos malignos, dará vista aos cegos, fará caminhar os coxos, restituirá saúde e dignidade aos leprosos, ressuscitará os mortos, e aos pobres anunciará a boa nova (cf. Lc 7, 21-22). E, durante o festim nupcial, o pedido de Maria – sugerido pelo Espírito Santo ao seu coração materno – fez revelar-se não só o poder messiânico de Jesus, mas também a sua misericórdia.
Na solicitude de Maria, reflecte-se a ternura de Deus. E a mesma ternura torna-se presente na vida de tantas pessoas que acompanham os doentes e sabem individuar as suas necessidades, mesmo as mais subtis, porque vêem com um olhar cheio de amor. Quantas vezes uma mãe à cabeceira do filho doente, ou um filho que cuida do seu progenitor idoso, ou um neto que acompanha o avô ou a avó, depõe a sua súplica nas mãos de Nossa Senhora! Para nossos familiares doentes, pedimos, em primeiro lugar, a saúde; o próprio Jesus manifestou a presença do Reino de Deus precisamente através das curas. «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem e os coxos andam; os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam» (Mt 11, 4-5). Mas o amor, animado pela fé, leva-nos a pedir, para eles, algo maior do que a saúde física: pedimos uma paz, uma serenidade da vida que parte do coração e que é dom de Deus, fruto do Espírito Santo que o Pai nunca nega a quantos Lho pedem com confiança.
No episódio de Caná, além de Jesus e sua Mãe, temos aqueles que são chamados «serventes» e que d’Ela recebem esta recomendação: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5). Naturalmente, o milagre dá-se por obra de Cristo; contudo Ele quer servir-Se da ajuda humana para realizar o prodígio. Poderia ter feito aparecer o vinho directamente nas vasilhas. Mas quer valer-Se da colaboração humana e pede aos serventes que as encham de água. Como é precioso e agradável aos olhos de Deus ser serventes dos outros! Mais do que qualquer outra coisa, é isto que nos faz semelhantes a Jesus, que «não veio para ser servido, mas para servir» (Mc 10, 45). Aqueles personagens anónimos do Evangelho dão-nos uma grande lição. Não só obedecem, mas fazem-no generosamente: enchem as vasilhas até cima (cf. Jo 2, 7). Confiam na Mãe, fazendo, imediatamente e bem, o que lhes é pedido, sem lamentos nem cálculos.
Nesta Jornada Mundial do Doente, podemos pedir a Jesus misericordioso, pela intercessão de Maria, Mãe d’Ele e nossa, que nos conceda a todos a mesma disponibilidade ao serviço dos necessitados e, concretamente, dos nossos irmãos e irmãs doentes. Por vezes, este serviço pode ser cansativo, pesado, mas tenhamos a certeza de que o Senhor não deixará de transformar o nosso esforço humano em algo de divino. Também nós podemos ser mãos, braços, corações que ajudam a Deus a realizar os seus prodígios, muitas vezes escondidos. Também nós, sãos ou doentes, podemos oferecer as nossas canseiras e sofrimentos como aquela água que encheu as vasilhas nas bodas de Caná e foi transformada no vinho melhor. Tanto com a ajuda discreta de quem sofre, como suportando a doença, carrega-se aos ombros a cruz de cada dia e segue-se o Mestre (cf. Lc 9, 23); e, embora o encontro com o sofrimento seja sempre um mistério, Jesus ajuda-nos a desvendar o seu sentido.
Se soubermos seguir a voz d’Aquela que recomenda, a nós também, «fazei o que Ele vos disser», Jesus transformará sempre a água da nossa vida em vinho apreciado. Assim, esta Jornada Mundial do Doente, celebrada solenemente na Terra Santa, ajudará a tornar realidade os votos que formulei na Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia: «Possa este Ano Jubilar, vivido na misericórdia, favorecer o encontro com [o judaísmo e o islamismo] e com as outras nobres tradições religiosas; que ele nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Cada hospital ou casa de cura pode ser sinal visível e lugar para promover a cultura do encontro e da paz, onde a experiência da doença e da tribulação, bem como a ajuda profissional e fraterna contribuam para superar qualquer barreira e divisão.
Exemplo disto são as duas Irmãs canonizadas no passado mês de Maio: Santa Maria Alfonsina Danil Ghattas e Santa Maria de Jesus Crucificado Baouardy, ambas filhas da Terra Santa. A primeira foi uma testemunha de mansidão e unidade, dando claro testemunho de como é importante tornarmo-nos responsáveis uns pelos outros, vivermos ao serviço uns dos outros. A segunda, mulher humilde e analfabeta, foi dócil ao Espírito Santo, tornando-se instrumento de encontro com o mundo muçulmano.
A todos aqueles que estão ao serviço dos doentes e atribulados, desejo que vivam animados pelo espírito de Maria, Mãe da Misericórdia. «A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus» (ibid., 24) e levá-la impressa nos nossos corações e nos nossos gestos. Confiamos à intercessão da Virgem as ânsias e tribulações, juntamente com as alegrias e consolações, dirigindo-Lhe a nossa oração para que Ela pouse sobre nós o seu olhar misericordioso, especialmente nos momentos de sofrimento, e nos torne dignos de contemplar, hoje e para sempre, o Rosto da misericórdia que é seu Filho Jesus.
Acompanho esta súplica por todos vós com a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 15 de Setembro – Memória de Nossa Senhora das Dores – do ano 2015.
FRANCISCUS

https://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2015/09/15/0677/01471.html#

sábado, 12 de setembro de 2015

7.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde

Finalidade:
Contribuir para o cumprimento dos fins do voluntariado, particularmente dos que se relacionam com o voluntariado que se realiza no campo da saúde e similar, promovendo-os; assim como a atividade que as Organizações desenvolvem nesse sentido em Portugal, como expressão de uma cidadania ativa e solidária.

Objetivos gerais:
Reunir os voluntários que em Portugal, atuam no campo da saúde e similar, em prol da humanização, do bem-estar dos utentes, da qualidade de vida e do desenvolvimento, independentemente de se encontrarem inseridos ou não em Organizações Promotoras de Voluntariado e Organizações Representativas de Voluntários, com base no exercício da cidadania ativa.
Divulgar projetos, programas, Organizações e boas práticas de voluntariado no campo da saúde e similares, que se revelem sérios contributos de cidadania e de solidariedade, no sentido da melhoria da qualidade dos serviços e cuidados que se prestam aos utentes de saúde.
Contribuir para a capacitação geral dos agentes do voluntariado no campo da saúde e similar, nomeadamente os voluntários, possibilitando-se posturas e modus operandi com mais adequação e assertividade, no contexto das Unidades, dos Equipamentos e das Organizações onde colaboram; e elevar o pensamento crítico e o interesse ativo dos cidadãos sensibilizando-os para a importância do envolvimento no desenvolvimento.
Dar visibilidade ao voluntariado estruturado que em Portugal se realiza no campo da saúde e similar, sobretudo o que é protagonizado pelas Organizações de cidadãos, de modo particular, por aquelas que se encontram integradas na Federação Nacional de Voluntariado em Saúde, e por esta.
Evidenciar que a Federação Nacional de Voluntariado em Saúde e as Organizações suas associadas, são ontem, hoje e sempre, a forma e o caminho a fazer, no sentido da integração, da representação e da defesa do voluntariado no campo da saúde em Portugal, no contexto global do voluntariado e no da participação ativa e solidaria visando o desenvolvimento pessoal, social e comunitário dos cidadãos.

Objetivos específicos:
Os participantes no 7.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde, devem ficar a conhecer:
A finalidade, os objetivos e a atividade que a Liga dos Amigos do Hospital Distrital da Figueira da Foz desenvolve enquanto instrumento de desenvolvimento na cadeia do voluntariado em saúde.
A atividade e as boas práticas do voluntariado em contexto de Hospital de Dia do Hospital Distrital da Figueira da Foz, e o seu contributo positivo para a saúde e para o bem-estar dos cidadãos, em aspetos como a autonomia, a independência e o desenvolvimento pessoal e social.
A finalidade, os objetivos e a atividade que a Liga de Amigos da Unidade de Saúde Familiar Buarcos, desenvolve no âmbito dos serviços e dos cuidados de saúde primários, e na comunidade.
A importância da relação de ajuda, enquanto intervenção autónoma e elemento decisivo e inquestionável na atividade dos cuidadores, desempenhando papel central na resposta às necessidades concretas de cada pessoa, independentemente da sua situação/problema ou contexto em que se desenrola a ação, nomeadamente no da prestação de serviços e cuidados de saúde.
O contributo do voluntariado, mesmo o que se desenvolve no campo da saúde, para o desenvolvimento pessoal e social dos cidadãos, da concretização dos objetivos do milénio, e dos objetivos do ano europeu para o desenvolvimento – 2015, com o lema: o nosso mundo, a nossa dignidade e o nosso futuro.
E ainda:
Testemunhar a atribuição de Diplomas de Mérito a Organizações que se têm evidenciado no desenvolvimento de projetos de Voluntariado no campo da saúde; e de Reconhecimento Público e Agradecimento, a Organizações que contribuem para a prossecução dos fins e dos objetivos da Federação.
Fruir e partilhar vivências pessoais, relacionais e organizacionais, com aporte afetivo positivo, decorrentes do desenvolvimento das diferentes realidades de projeto ao serviço dos utentes de saúde e outros beneficiários da atividade de voluntariado no campo da saúde e similar.

Público-alvo:
Dirigentes, associados, técnicos, voluntários e outros colaboradores da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde, das Organizações associadas, e de outras Organizações Promotoras e / ou de Enquadramento de Voluntários ou representativas de voluntários, de IPSS, de Misericórdias, de Instituições de Utilidade Pública, de Unidades e Estabelecimentos de Saúde, públicos ou privados, com ou sem finalidade lucrativa, coordenadores, técnicos de Bancos Locais de Voluntariado bem Organizações e voluntários neles inscritos, técnicos, superiores ou não, de serviço social, da saúde, da educação e de outros setores de atividade, assim como jovens e estudantes das mais variadas áreas e níveis de ensino; e público em geral.

Programa:
O programa e todas as informações relativas às condições de participação, assim como o modo de inscrição, encontram-se em www.voluntariadoemsaude.org

Para mais informação:
Entrar em contacto com a organização através do email geral.voluntariadoemsaude@gmail.com do telefone 220 999 897 ou do telemóvel 966 859 736

SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE


TRINTA E SEIS ANOS DE SERVIÇO ÀS PESSOAS

O Serviço Nacional de Saúde é uma estrutura através do qual o Estado Português assegura o direito à saúde  (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos de Portugal. A sua criação remonta a 1979, após se terem reunido as condições políticas e sociais provenientes da reestruturação política portuguesa da década de 1970.

O objetivo primário do SNS é a persecução por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na proteção da saúde individual e coletiva e para tal está munido de cuidados integrados de saúde, nomeadamente a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social.

Em 1979 com a publicação da Lei n.º 56/79, de 15 de setembro, a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) veio marcar o “nascimento” do sistema nacional de saúde, assegurando o acesso universal, compreensivo e gratuito a cuidados de saúde. Até lá, a assistência médica competia às famílias, instituições privadas e aos serviços médico-sociais da Previdência. Ao Estado competia a assistência aos pobres. Desde este ano que o sistema de cuidados de saúde português tem sido então baseado na estrutura de um Serviço Nacional de Saúde (SNS), com seguro público, cobertura universal, acesso quase livre no ponto de utilização de serviços e de financiamento através de impostos.” ([i])

Desde 2009 o dia 15 de Setembro é dedicado Serviço Nacional de Saúde, proporcionando a recordação e o reconhecimento público do seu papel fundamental “na melhoria contínua do estado de saúde da população”, bem como dos seus criadores e agentes, por se considerar que “se assume como uma realização ímpar do regime democrático em Portugal, tendo contribuído para uma forte diminuição das taxas de mortalidade e de morbilidade e para o aumento da esperança e da qualidade da vida da população (…) posicionando o SNS como um bom exemplo a nível mundial”, continuando a ser resposta à concretização de um dos mais elementares e constitucionais direitos dos cidadãos – “todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover” ([ii]).

A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde, saúda o Serviço Nacional de Saúde e todos que enquadrados nele e não só, se dedicam à promoção da saúde e do bem-estar dos cidadãos, fazendo o bem bem feito por via da prestação de serviços e cuidados cada vez com mais qualidade e com mais satisfação dos intervenientes, pessoais e organizacionais.

Na linha da concretização destes objetivos, é essencial e deve ser dada atenção diferenciada a quantos no Serviço Nacional de Saúde, se dedicam, gratuitamente, com responsabilidade e com saber, a colaborar com os serviços, complementando a ação dos colaboradores das Unidades de Saúde, contribuindo assim e de modo decisivo e com muitas evidências, para a excelência da qualidade global do SNS. São os voluntários.

Os voluntários do campo da saúde, pessoas sempre disponíveis a dar uma palavra de ânimo ou um tempo de companhia ou de ajuda prática a quantos servem ou utilizam os serviços do SNS, são uma realidade ineludível. São muitos e cada vez mais. Estão presentes em quase todas as Unidades de Saúde, de modo organizado ou não, mas sempre em espírito de serviço ao outro, independentemente da sua “ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.” ([iii])
Bem-hajam voluntários do campo da saúde em Portugal!
15 de setembro de 2015
A Direção da
Federação Nacional de Voluntariado em Saúde




[i] https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_Nacional_de_Sa%C3%BAde
[ii] Constituição da República Portuguesa, artigo 64.º.
[iii] Constituição da República Portuguesa, artigo 13.º.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Pelos caminhos do Voluntariado ....

O QUE NÃO PODE FALHAR
NA GESTÃO DE VOLUNTÁRIOS
O voluntariado não é uma atividade freelancer ou liberal. O voluntariado é um serviço realizado por pessoas em benefício de pessoas, famílias e comunidades, e a pessoa voluntária realiza esse serviço na linha da concretização da missão do voluntariado “como expressão do exercício livre de uma cidadania ativa e solidária”.
Temas como “expectativas e atitudes em relação ao trabalho, motivação, participação, liderança, comunicação, conflito, poder, influência, qualificação, produtividade ”, se são caros à área dos Recursos Humanos, são-no também sem sombra de dúvida quando se trata de gestão de voluntariado.

O voluntariado no campo da saúde é, em Portugal e no mundo, um serviço com especificidades muito próprias. É um serviço realizado por pessoas em benefício de pessoas, em situação de enfermidade, aguda ou grave, de sofrimento físico ou psicológico, de debilidade ou vulnerabilidade, de carência e de diminuição de capacidade de utilização dos serviços de saúde ou de respostas sociais.

Os voluntários no campo da saúde, em complemento e em cooperação com os outros colaboradores das unidades de saúde e das respostas sociais, são quase sempre, autênticos artesãos da solidariedade gratuita e disponível, da ajuda aconchegada, e da escuta ativa. Por aqui passa a grande missão do voluntariado do campo da saúde e respetivos voluntários: humanizar.

No campo saúde, existem exigências muito claras e sérias no que concerne aos Recursos Humanos. Desde verdadeira preocupação com o recrutamento e seleção, passando pela formação e capacitação, assim como no que respeita à integração em equipas, ao acompanhamento, à avaliação e à certificação.

Por um lado, esta é uma atividade que requer da parte dos voluntários, o melhor e mais assertivo desempenho com vista à obtenção de resultados de excelência na satisfação de todos os intervenientes.

Por outro, na linha da gestão dos sentimentos e do equilíbrio emocional dos próprios voluntários, especialmente no campo da saúde, requer a promoção de medidas nesse sentido com vista à existência de melhores voluntários e melhor serviço voluntário às pessoas.

João António Pereira, presidente da Direção da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde

In: Revista Impulso Positivo, Porto, janeiro / fevereiro de 2015