domingo, 23 de outubro de 2016


8.º ENCONTRO NACIONAL
DO VOLUNTARIADO EM SAÚDE

CONCLUSÕES

Subordinado ao tema “Da Proximidade à Globalidade”, realizou-se a 22 de outubro de 2016, em Tomar, o 8.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde, com a participação de cerca de 250 voluntários, convidados, personalidades do Poder Local, da Administração Pública, da Saúde, da Ação Social e de Organizações da Sociedade Civil; e amigos do Voluntariado que em Portugal se desenvolve em Unidades e em Equipamentos onde se prestam serviços e cuidados de saúde, sobretudo no Serviço Nacional de Saúde.
O evento foi promovido pela Federação Nacional de Voluntariado em Saúde, e organizado em parceria com a Liga dos Amigos do Hospital de Tomar, com a Câmara Municipal da mesma cidade e com o apoio para a comunicação, da Rádio Canção Nova; e do Jornal e Rádio Cidade de Tomar, relevando-se ainda o contributo de voluntários, presidente e diretores da referida Liga; e de colaboradores municipais e outros. A todos se agradece.
Para além da promoção de encontro anual de quantos dedicadamente servem todos os dias os utentes das Unidades e Equipamentos de Saúde, a iniciativa teve também o mérito de congregar preletores de excelência, que proporcionaram abordagens e reflexões de alta qualidade acerca dos subtemas, “Quem é o meu próximo? Proximidade, justiça e responsabilidade”, “O voluntariado de proximidade, em contexto hospitalar e na comunidade” e “Reconhecimento das aprendizagens decorrentes do voluntariado”, contribuindo assim com os seus saberes e prestígio, para voluntariado e voluntários mais esclarecidos, mais formados, mais capacitados e mais aptos para desempenharem melhor o seu papel e para satisfação das pessoas e das Organizações.
Os participantes no 8.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde, declaram:
Que comungam dos objetivos, dos conceitos e dos princípios que em Portugal dão hoje corpo e forma; e enquadram o voluntariado organizado. Acreditam que a prática do voluntariado é um modo possível para a vivência ativa da cidadania; e que no campo da saúde, aquela tem papel insubstituível para a humanização, em regime de complementaridade. Afirmam que o voluntariado é um contributo inestimável na promoção do desenvolvimento pessoal, social e comunitário, com posturas de cooperação interpessoal e entre Organizações, e fomento à participação direta, ao pensamento crítico e ao interesse ativo dos cidadãos na sensibilização para os benefícios decorrentes do voluntariado, para todos os cidadãos, com a promoção de sentimento comum de responsabilidade, de solidariedade.
E estabelecem as seguintes conclusões:
1.       O voluntariado no campo da saúde, é verdadeiramente de proximidade; e caracteriza-se por uma interpessoalidade tão próxima e comungante que promove e sugere relações plenas de simpatia e de empatia. A autêntica proximidade, aquela que é parte da cura e que liberta, também está no exercício do voluntariado no campo da saúde, esse que responsabiliza a todos e que é dever de justiça e de cidadania, mas também de compaixão e de misericórdia, estas que relevam a importância da disponibilidade e da dádiva amorosa e sem contrapartidas. É na proximidade que o voluntário sabe e vive em si mesmo quem é o seu próximo. São estes encontros plenos de gestos simples que fazem sentido e têm sentido. É esse sentido que sendo gesto de aproximação no imediato e no presente, não se esgota em si mesmo, mas antes tece um sentido que o supera.
As mais valias e os ganhos para todos os stakeholders, decorrentes da prática da proximidade e do encontro no âmbito do voluntariado em saúde, são por demais evidentes e ineludíveis; e apelam à integração dos voluntários nas equipas de trabalho, com a necessária adaptação às diferentes realidades institucionais, comunitárias e de prestação de cuidados.
As Organizações Promotoras de Voluntariado no campo da saúde e seus voluntários, carecem e requerem que para eles se dirija um outro olhar, um olhar diferente, um melhor olhar. É necessário que o voluntariado no campo da saúde, seja visto como parceiro verdadeiramente estratégico a nível superior. Ele é mesmo contributo indispensável, para a realização dos objetivos das Entidades e da obtenção de níveis superiores da qualidade dos serviços e cuidados que são prestados; e isso deve ser reconhecido.
É necessário conjugar competências académicas e pessoais, no sentido do aumento do desempenho e da prestação de melhores e mais adequados serviços de voluntariado; e devem haver “novos modelos de serviços para cuidados integrados e centrados nas pessoas: serviços domiciliários e de proximidade mais disponíveis, com a participação das instituições de solidariedade e voluntariado”.
2.       A aprendizagem ao longo da vida é uma realidade e acontece em diversos contextos sendo o voluntariado uma experiência em que acontecem aprendizagens com um impacto relevante a nível pessoal, social e profissional.  Aceita-se que se reconheçam e validem as aprendizagens em voluntariado. Mas não se aceita que isso alguma vez possa subverter os valores e os princípios que norteiam o voluntariado em geral e os do campo da saúde em particular.
O reconhecimento e a validação das aprendizagens decorrentes do voluntariado, se tem dimensão global, também tem dimensão própria, particular e específica no campo do voluntariado na saúde. Que a sua implementação e desenvolvimento, aconteça sim, mas com o bom-senso e a certeza de que acrescenta valor e eleva o nível da prática do voluntariado, no sentido do melhor serviço às pessoas, nomeadamente aos mais excluídos dos excluídos.
Tomar, 22 de outubro de 2016
Os participantes no 8.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde
Aprovado por unanimidade e aclamação
Nota: a versão longa pode ser acedida em:
 http://www.associapro.com/docdownload.aspx?file=doc3204.pdf                                      

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