sábado, 28 de setembro de 2013

Saudação às
Pessoas Idosas Voluntárias

A 1 de outubro de 2013 comemora-se em todo o mundo livre, o 13.º Dia Internacional das Pessoas Idosas. A proclamação foi oficializada a 1 de outubro de 1998, pelo então secretário-geral da ONU – Organização das Nações Unidas, com o objetivo do “reconhecimento do envelhecimento demográfico da humanidade, com vista à criação de compromissos que conduzam ao amadurecimento de atitudes e potencialidades em empreendimentos sociais, económicos, cultural e espirituais, que criem condições para a paz e o desenvolvimento no próximo século (…) e sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e a necessidade de proteger e cuidar a população mais idosa”.

Segundo Kofi Annan, secretário-geral da ONU de 1997 a 2007, “com o passar dos anos, as árvores tornam-se mais fortes e os rios mais largos. Com a idade, as pessoas adquirem uma profundidade e amplitude sem medidas, de experiência e sabedoria. É por isso que as Pessoas Idosas devem ser, não só respeitadas e reverenciadas, mas também incluídas como rico recurso que em si mesmo, são para a sociedade”.

O voluntariado é uma espécie de intercâmbio de emoções, sentimentos e conhecimentos. Um conceito importante de todo o trabalho de voluntariado é que é recíproco: dá-se alguma coisa e recebe-se algo em troca.

As Pessoas Idosas que realizam atividade voluntária, ganham anos de vida, e de vida saudável. Está provado que todos aqueles que se mantém ativos vivem mais tempo, vivem melhor e as suas vidas são mais saudáveis do que antes. Mais gratificante ainda é que os benefícios não são só seus mas também daqueles que ajudam. Por exemplo as pessoas mais jovens que beneficiam do calor humano proporcionado por Pessoas Idosas Voluntárias, é quase certo, que quando chegar a sua vez, terão maior probabilidade de dar também mais às outras pessoas e à sociedade.

Entre a inúmera e diversa atividade de voluntariado, aquela que se realiza no Campo da Saúde, é sem dúvida, aquela mais aporta contributos positivos para os intervenientes. No Campo da Saúde, a atividade voluntária é muito mais que a realização de um conjunto de tarefas. É uma postura, é uma alma, motivada e animada; e uma ação que contribui para a felicidade das pessoas, independentemente de eventuais diferenças reais ou aparentes.

As Organizações de Voluntariado em Saúde, associadas da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde, integram muitas Pessoas Idosas – Voluntárias, que com espírito da doação, da gratuidade e do amor que lhes dá força e alma, humanizam os cuidados, os serviços, os ambientes e as relações nas Unidades de Saúde nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde; e o voluntariado que se realiza em Portugal. Essas Pessoas Idosas – Voluntárias, são autênticas doadoras de Vida, porque está nelas e emana delas. Elas são já, e no campo da sua atuação, cidadãos participativos e pró-ativos.

A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde, saúda as Pessoas Idosas que escolheram e realizam a atividade saudável que é o Voluntariado de Proximidade, junto das pessoas em situação de vulnerabilidade ou carência, modo particular para que todos tenhamos melhor saúde e mais vida.

28 de setembro de 2013, a Direção da FNVS.

domingo, 22 de setembro de 2013

Comunicação da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde ao 1.º Congresso – SNS Património de Todos, com realização na Aula Magna em Lisboa, a 27 e 28 de setembro de 2013:

Exmo/a. Sr/a.
Presidente da Mesa do 1.º Congresso – SNS Património de Todos
Exmos/as. Srs/as.:
Congressistas, preletores e convidados

O Serviço Nacional de Saúde é um dado adquirido, e uma alma que se entranhou no tecido social e humano de Portugal, devendo por isso, ser publicamente reconhecido o seu papel fundamental “na melhoria contínua do estado de saúde da população”, sendo que ele mesmo “se assume como uma realização ímpar do regime democrático em Portugal, tendo contribuído para uma forte diminuição das taxas de mortalidade e de morbilidade e para o aumento da esperança e da qualidade da vida da população (…) posicionando o SNS como um bom exemplo a nível mundial”. Logo, conjunto de boas práticas que promovem cidadãos saudáveis e felizes.
A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde saúda o SNS e naquilo que é o seu múnus, pugna e trabalha pela sua defesa, nomeadamente por via da participação na vida e na atividade das Unidades de Saúde – Cuidados de Saúde, Primários, Cuidados Hospitalares e Cuidados Continuados e na Comunidade, proporcionando assim, a participação dos cidadãos no SNS.
O Voluntariado em Saúde é um bem imaterial muito valioso e sério que deve ser tratado com a melhor sabedoria e o maior amor, qual atualização permanente da parábola do Bom Samaritano. Essa é diariamente, a postura e a prática de milhares de voluntários, homens e mulheres de boa vontade, nos inúmeros espaços e ambientes das Unidades de Saúde de Portugal. Essa postura e essa prática, que não raras vezes, são a única possibilidade dos clientes do SNS encontrarem “um ombro amigo” e a disponibilidade gratuita para a escuta e para dizerem o que lhes vai na alma e encontrarem conforto e ânimo com vista a enfrentarem as suas situações de doença, de dependência e de vulnerabilidade física, mental ou espiritual.
No tempo presente, são muitas as Organizações que integram voluntários no campo da saúde. A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde integra uma porção delas, em boa parte do país e do SNS.
A Federação Nacional de Voluntariado em Saúde – FNVS, tem a missão de integrar, representar, promover o quadro de valores comuns, preservar a identidade e o voluntariado, e defender os interesses, das Organizações Promotoras de Voluntariado em Saúde e das Organizações Representativas de Voluntários do Campo da Saúde, suas associadas, com domicílio fiscal em Portugal; e desenvolver e alargar a base de apoio social no que concerne à mobilização para o Voluntariado em Saúde e à melhoria dos serviços que se prestam aos beneficiários, com envolvência da comunidade.
Sobre a sua origem, considera-se que ela se pode começar por situar em maio de 1992, aquando da realização em Lisboa, de um Encontro de Ligas de Amigos de Voluntariado Hospitalar, promovido e convocado pela então Direção-geral dos Hospitais / Ministério da Saúde.
Num segundo tempo, em 2003, quando cerca de 30 Organizações de Voluntariado em Saúde se reúnem a 19 de julho no Porto e a 28 de novembro em Fátima, onde é registada a afirmação de que “o Voluntariado em Saúde não está representado na Comissão de Saúde / Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, porque não se encontra organizado em uma Federação” e na sequência disso, se dão logo os primeiros passos no sentido da formalização da ideia em Personalidade Jurídica, com o envolvimento e a liderança da presidência do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado e da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, e da Responsável do Departamento do Voluntariado em Saúde da mesma Comissão, Dra. Maria Teresa Salgado de Morais, simultaneamente, presidente da Associação do Voluntariado do Hospital de S. João – Porto.
Num terceiro tempo, em 2005 e 2006, quando na Comissão para o Voluntariado no Domínio da Saúde / Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, é evidenciada a importância da representatividade do setor do Voluntariado Hospitalar na dita Comissão, e em que a presença do referido setor naquela, por escolha, era assegurada pela, já citada, Dra. Maria Teresa Salgado de Morais, e por quem a secundou na presidência da Associação do Voluntariado do Hospital de S. João – Porto. Ainda neste período, foram aprovados na citada Comissão e por unanimidade, os Estatutos da Federação, e entregue a liderança do processo em ordem à legalização, à já referida Associação do Voluntariado do Hospital de S. João – Porto, que conduziu, até 2007, à inscrição no Registo Nacional das Pessoas Coletivas, à celebração da Escritura de Constituição, à formação da Comissão Instaladora, e à realização do primeiro ato eleitoral a 26 de maio de 2008.
A criação da FNVS aconteceu a vinte e um de maio de 2007, data da celebração da escritura de constituição, com onze Organizações fundadoras (AVHSJoão - Porto, a LAHCascais, a LAHSTirso, a LAHDChaves, a AVHSJDFamalicão, a AHCMPia - Porto, a LACHGaia, a LAHEspinho, a LAHOvar, a LAHSAntónio - Porto e a AVASOCIAL – Entroncamento), tendo o pedido de admissão da denominação, sido apresentado no Registo Nacional das Pessoas Coletivas, a 14 de fevereiro imediatamente anterior; e os Estatutos publicados na edição do Diário da República – 2.ª Série – N.º 245 de 20 de dezembro do mesmo ano.
Hoje, a FNVS integra quase meia centena Organizações de Voluntariado e de Voluntários do Campo da Saúde, (correspondendo a cerca de 54.410 membros e 9.840 voluntários de ação direta).
A FNVS presta às associadas, os Serviços de Consultoria Jurídica, em Contabilidade e Fiscalidade, e em Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Serviços de Seguros de Acidentes Pessoais para Voluntários, para Dirigentes Voluntários e para participantes de Atividades, e Responsabilidade Civil; e ministra Ações de Formação para qualificação de voluntários e de gestores de voluntariado, tendo para o efeito, uma Bolsa de Formadores, constituída. Tem parcerias firmadas com Entidades públicas e privadas que permitem a realização dos seus objetivos, e os das suas associadas.
A APVS – Agência Portuguesa para o Voluntariado em Saúde, é um serviço da FNVS para a relação com os cidadãos e com as instituições que funciona on-line, e permite a obtenção de informação, a realização de candidaturas, a consultoria, a inscrição em atividades e a obtenção de produtos.
Apesar dos escolhos e de por vezes a semente não cair em boa terra, é convicção da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde que ela mesma, é o caminho da organização do Voluntariado em Saúde em Portugal, mesmo para além do SNS e das diferenças ideológicas e doutrinais que possam enformar diversos coletivos de voluntários.
A prática do voluntariado no campo da saúde por cidadãos com origem na sociedade civil, de modo disponível e gratuito, revela-se desde cedo e sempre, como a ferramenta mais própria e apreciada que envolve verdadeiramente os cidadãos na vida do SNS, modo particular de contributo para que todos tenhamos melhor saúde e mais vida. Incrementemos isso mesmo.
Para além da disponibilidade e da gratuidade, deve-se cada vez mais dar atenção a aspetos como a complementaridade e o papel que efetivamente devem desempenhar os voluntários e os outros colaboradores das Unidades de Saúde, com vista, por um lado, à não existência de confusão de papéis, e por outro, por respeito aos direitos, à participação e ao trabalho, não se proporcionando situações que possam configurar uso indevido do contributo dos voluntários, como mão de obra gratuita.
Termino desejando votos do maior sucesso para o 1.º Congresso – SNS Património de Todos, Às personalidades envolvidas na organização vão os meus votos de satisfação pelo evento realizado.
Bem-hajam!

Porto, 27 de setembro de 2013
João António Pereira

Presidente da Federação Nacional de Voluntariado em Saúde